Como Nossos Pensamentos Moldam Nossas Emoções e Comportamentos: Uma Jornada para Lidar com a Ansiedade
- Robson Diogo
- 10 de jun. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 13 de jun. de 2024
Olá a todos! Eu sou Robson, psicoterapeuta cognitivo-comportamental, e hoje convido vocês a embarcarem comigo em uma exploração fascinante: como nossos pensamentos podem influenciar diretamente nossas emoções e comportamentos. Vamos também entender as estruturas do nosso cérebro e como essa conexão pode ser uma aliada poderosa no enfrentamento da ansiedade.
É essencial começarmos reconhecendo que a ansiedade faz parte da experiência humana. Todos nós enfrentamos momentos de ansiedade em nossas vidas, e isso é normal e aceitável. Aprender a lidar com essa emoção pode ser uma ferramenta valiosa para promover nosso bem-estar mental. As causas da ansiedade são multifatoriais, abrangendo fatores biológicos, ambientais e a história de vida de cada um.
Os sintomas físicos da ansiedade podem ser avassaladores: coração acelerado, tensão muscular, sensação de calor, sudorese, "borboletas na barriga", aperto no peito, caroço na garganta, tonturas, dormência ou formigamentos, fraqueza nas pernas, tremedeira, hiperventilação, dificuldade de respirar, náuseas ou indigestão.
A ansiedade pode ser dividida em dois tipos: a normal e a patológica. A ansiedade normal é aquela que todos experimentamos em situações desafiadoras, como antes de uma entrevista de emprego ou uma apresentação importante. Ela pode nos motivar e nos preparar para lidar com essas situações. Já a ansiedade patológica é aquela que se torna excessiva e interfere na qualidade de nossas vidas. Ela pode nos impedir de realizar tarefas simples, como ir ao trabalho, à faculdade ou aproveitar momentos de lazer com nossos entes queridos. Quanto mais tentamos ignorá-la, mais forte ela se torna.
A maneira como interpretamos as situações ao nosso redor pode afetar diretamente nossos níveis de ansiedade. Por exemplo, se interpretamos uma situação como perigosa quando estamos, na verdade, seguros, nosso corpo reage como se estivéssemos em perigo, desencadeando uma resposta de ansiedade. Esse ciclo pode se repetir e se reforçar ao longo do tempo.
Para quebrar esse ciclo, é vital aprender novas ferramentas e estratégias. A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem eficaz que nos ajuda a identificar e desafiar padrões de pensamento negativos e distorcidos. Ao mudarmos a maneira como pensamos sobre uma situação, podemos alterar nossas respostas emocionais e, consequentemente, reduzir nossa ansiedade. É incrível como essa simples mudança de perspectiva pode ter um impacto tão significativo em nossa saúde mental.
Imagine isso: você entra em um elevador ou em um ambiente cheio de pessoas e, de repente, seu coração começa a acelerar, suas mãos ficam suadas e você sente pânico. Mas por quê? O que está acontecendo em seu corpo? Essa reação é um exemplo claro de como nosso cérebro pode interpretar erroneamente uma situação como perigosa, mesmo quando não há ameaça real. Nosso cérebro é programado para reagir rapidamente a possíveis ameaças, mesmo que sejam apenas percebidas.
Podemos entender esse processo como um ciclo de manutenção da ansiedade. Por exemplo, alguém que tem medo de cachorros pode associar erroneamente a presença de um cachorro ao perigo, desencadeando uma resposta de pânico. O cérebro reforça essa associação, fazendo com que a pessoa evite situações em que pode encontrar um cachorro, aumentando assim a ansiedade.
Além da evitação física, há também a evitação emocional. Por exemplo, alguém com ansiedade social pode ir a uma festa somente após beber bastante, ou alguém em um relacionamento pode evitar se abrir emocionalmente por medo de se machucar. Independentemente do tipo de evitação, isso aumenta a ansiedade e restringe a vida da pessoa.
A evitação pode tornar o mundo pequeno, assustador e infeliz. Cada vez que evitamos algo que nos causa ansiedade e sobrevivemos, nosso cérebro reforça o medo. É aí que entra a importância de enfrentar nossos medos.
Vamos dividir essa abordagem em três grandes etapas para tornar o processo mais gerenciável:
Criação de uma Hierarquia de Exposições Gradual: Divida seus medos em pequenos passos e enfrente-os gradualmente. Use a "escada do medo" para listar situações que desencadeiam ansiedade, começando pelas mais fáceis e avançando para desafios maiores.
Mudança de Regras Autoimpostas: Coragem não é a ausência de medo, mas a capacidade de tomar decisões mesmo quando estamos desconfortáveis. Desafie as regras que limitam sua vida e permita-se enfrentar o desconforto.
Enfrentar os Medos de Frente: Encare seus medos e permita-se sentir ansiedade. Pratique enfrentar situações que lhe causam medo até que a ansiedade diminua. Isso reconfigura o cérebro, reduzindo hormônios do estresse como o cortisol e a adrenalina.
A terapia de exposição gradual é comprovada por pesquisas como uma abordagem eficaz para reduzir a ansiedade, reconfigurando as vias neurais e promovendo uma resposta mais saudável ao estresse.
Em resumo, criar uma hierarquia de exposições, desafiar suas regras autoimpostas e enfrentar seus medos de frente pode ajudá-lo a controlar sua ansiedade e viver uma vida mais plena e realizada.
Antes de concluir, é importante lembrar que este blog não substitui o acompanhamento médico e psicológico. Procure um profissional capacitado para ajudá-lo. Esta postagem é apenas um pequeno meio de conhecimento.
Obrigado por ler! Se você achou este conteúdo útil, não se esqueça de deixar seu comentário e compartilhar com seus amigos. Fiquem bem e até a próxima!
Psicólogo Robson Diogo da Silva
CRP 08/29931
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Referências:
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